Construção coreográfica - 2° parte



Neste segundo momento continuamos a composição coreográfica utilizando o movimento motriz e aplicando tempo, repetição, qualidade de movimento, densidade de movimento, alinhamento com a proposta musical/dialogando com a trilha. A trilha contribuiu neste processo para a escolha das qualidades de movimentação, no que tange o tempo e energia que devem ser aplicadas à sequência coreográfica.

Iniciei solicitando que os bailarinos nomeassem a sequência que elaboraram a partir das minhas orientações verbais; Julia nomeou a sua sequência de alecrim e Ricardo de externo. Em seguida fomos realizando os arranjos do movimento com a trilha, sendo essas as nossas escolhas:


Após o hino da Unidos da Piedade, quando inicia a canção “Yaô" os bailarinos executam, ao mesmo tempo, cada um a sua sequência coreográfica. Neste primeiro momento eu estabeleci um jogo, todas vez que fosse cantada a canção “Yaô” os bailarinos deveriam executar o seu movimento, quando entrasse a sonoridade do funk, eles deveriam realizar o movimento anacrônico da sequência realizada, mas em “câmera lenta”. Assim, toda vez que surgisse a canção “Yaô” eles deveriam dar continuidade a sequência e sempre que surgisse o funk eles deveriam fazer a câmera lenta em anacronismo. Seguimos esse jogo até os bailarinos concluírem o seu movimento. Esse jogo se repete por três vezes.

Os dois bailarinos realizam a sequência alecrim ao som do samba. Como demanda tiverem a orientação de realizar a sequência de forma mais acelerada e quando acabar a sonoridade, foi proposto que relacionassem o seu corpo com o chão e ficassem em posição fetal. Neste momento preciso que os corpos façam movimentos menores para que o público escute a narrativa que a letra da canção apresenta, isso vai ajudar na construção de repertório sobre a proposta do espetáculo.

Os dois bailarinos realizam a sequência externo ao som do funk, de forma mais rápida. A demanda estabelecida foi que dancem juntos de forma sincronizada e rápida.

Eu uni trechos da sequência alecrim e externo, assim criando uma “terceira” sequência, cuja motriz são suas sequências raízes. A demanda era realizar essa sequência de forma não muita lenta ao som da canção “Yaô”, buscando um padrão constante e não acelerado.

De forma rápida ao som do funk cada bailarino realiza a sua sequência raiz/motriz.


Após essas orientações conseguimos encerrar as orientações coreográficas para a proposta de cena. Nos próximos ensaios vou revisitar essa sequência e tentar lapidar algumas proposições.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trilha

Textos

Cenografia