Escrita processo de montagem
PROCESSO DE MONTAGEM
A raiz de uma nação, o aproximar de sabedorias que são nascentes, informações fontes que disseminam fundamentos, pode ampliar as percepções de mundo daqueles que sentem a necessidade de viver a sua realidade a partir das experiências, signos e símbolos que possibilitem revisitar a história, memória e as trajetórias que constituem o corpo coletivo da sua ancestralidade. Nuances de afetos que ampliam o sentido dos acontecimentos.
Ao pensarmos nas motrizes das cosmopercepções referenciadas no corpo negro-brasileiro, entendemos que encontrar raizes e desvincular de saberes enraizados possuem sentidos peculiares, distintos. Se debruçar sobre as nossas raízes africanas no Brasil seria transcender uma trajetória rumo à “pureza étnica” e interpretar as pluralidades das sabedorias, na intenção de realizar um sincero trabalho sobre os conhecimentos que estão nas esquinas, quintais, terreiros, ruas e estradas do solo brasileiro.
Este chão carrega histórias que estão constantemente circulando pelo cosmo. Tal como èsú que nos apresenta a terra, a estrada, a encruzilhada como signo de tudo que tem vida, que respira, lugar do movimento. Ao procurar por raízes africanas no Brasil podemos assumir um compromisso ancestral de manter em fruição as sabedorias que estão na memória dos mais velhos, na riqueza da oralidade e nos cuidados cotidianos.
Assim, em um fluxo de reflexões sobre as raízes que habitam a nossa ancestralidade, trazemos uma percepção da vivência dos iaôs enquanto um possível epicentro para fundamentar, reunir e organizar sabedorias que enunciam a manutenção do conhecimento ancestral. Os laços iniciáticos dos iaôs são forjados na oralidade, na observação, na prática cotidiana, no aprendizado gradual. A saída do barco-de-muzenza é o manifesto social de um cotidiano. Sementes rumo à continuidade do conhecimento ancestral, corpos que germinam novas significações de uma vivência mediada sobre as sabedorias das ervas, dos orixás das folhas e das matas.
MUZENZA dialoga com as sabedorias que antecedem o ilá, uma conexão metaestética no contínuo-fluxo do ayê.
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