Corpo - insight criativo
Lendo a tese observei que a autora traz uma contribuição de Xavier Vatin (2005), antropólogo, pesquisador de etnomusicologia e antropologia visual, ele desenvolve pesquisas sobre religiões afro-brasileiras, tradições religiosas de origem bantu na Bahia, música e possessão, mestiçagem musical, religiões e músicas da diáspora africana nas Américas e turismo étnico na Bahia. Em seguida ela apresenta alguns ritmos dos candomblés e descreve os movimentos.
Isso me impulsionou a esquematizar uma ideia de criação de movimento. Por exemplo, no texto ela diz como os iniciados e filhos(as) da casa dançam variados ritmos, inclusive o Muzenza. Acho interessante ir para a sala de ensaio, fazer um aquecimento com o elenco, e depois ler alguns movimentos que a autora diz ser característicos da dança muzenza e ver como o bailarino decide emoldurar com o corpo o meu comando verbal.
Na tese a autora diz: - Na dança muzenza os movimento são com o dorso muito baixo.
Eu vou para sala de ensaio, peço que os bailarinos organizem as linhas horizontais do corpo (posição anatômica/homem vitruviano) e depois solicito: - Dobre o dorso mais baixo que conseguem.
Posso fazer um jogo de como a autora descreveu a dança muzenza e vou mediando essa descrições para o bailarinos, assim, a partir da estética corporal do muzenza vamos criar proposições de movimentos a partir da corporeidade do bailarino, sem que eles saibam que a minha intenção é descrever os movimento de iaôs e que a partir de tais orientações eles criem novas roupagens para a estética do movimento do iaô.
- congo-de-ouro: dança-se abrindo braço, antebraço e mãos em sentidos opostos e ao mesmo tempo, enquanto os pés acompanham esse movimento, abrindo uma vez para a direita e outra para a esquerda;
- muzenza: dança-se com o dorso bem abaixado, dando dois passos direita e dois para a esquerda, movimentando os braços e o corpo para o mesmo lado que os pés;
- cabula: a cabula se compõe de duas partes: na primeira, dança-se jogando os pés, um de cada vez, para trás, acompanhado pelo movimento dois braços para o mesmo lado; na segunda, mudam-se os movimento ficam parecidos com o congo-de-ouro, porém mais rápidos. Algumas pessoas dos candomblés nomeiam essa outra parte da cabula como samba;
- barravento: dança-se dando pequenos pulos, trocando os pés e jogar corpo ora para o lado direito, ora para o esquerdo: trata-se de um toque bastante rápido:
- ijexá: dança-se abrindo os braços em sentidos opostos e movimentando os pés ora para o lado direito, ora para o esquerdo, num ritmo lento.
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